domingo, 23 de agosto de 2009

O tempo.

Hoje acordei e olhei pela janela. Senti tudo tão vazio e me identifiquei com isso. As ruas estão solitárias, retratando um sentimento que existe aqui dentro. As árvores estão tristes, caladas, esperando ansiosamente o Sol aparecer para viçar suas folhas. O céu não tem cor, assim como os meus olhos. O vento frio que sopra agora, causa em mim uma sensação estranha, uma vontade indescritivel de ter você aqui comigo pra me abraçar e dizer que vai ficar tudo bem.

É impressionante como eu me encaixo em tudo isso que vejo. A tristeza das árvores é a minha tristeza. A vontade que elas têm de o Sol aparecer, é a mesma vontade que eu tenho de ter você aqui comigo para me trazer o viço dos olhos. É tão engraçado como eu me sinto incompleta quando nao ouço sua voz, assim como as ruas ficam mortas sem os carros que circulam por elas todos os dias.

As vezes eu nao queria ser assim tão dependente dele. Não queria que o meu sorriso morasse dentro daquelas palavras pronunciadas com tanto carinho, tampouco, que a minha tranquilidade dependesse única e exclusivamente de um abraço vindo daqueles braços. Mas no fundo, nao posso negar que é disso que eu gosto. E o que me faz continuar, é a mesma certeza que as árvores têm de que o Sol vai voltar a nascer amanha, e que será um novo dia. Dia esse em que as folhas voltam a balançar com o vento, e as árvores voltam a sorrir e a nos cumprimentar com um colorido que felicita a nossa alma.

Tudo isso pode parecer facil. A espera de um novo Sol, de um novo sorriso, de um novo dia. Mas somente elas sabem o quanto é dificil suportar as noites frias, a chuva, o vento que arranca as suas flores e a dor que isso lhes causa. Mas não é tão simples assim. Tem que ter muita certeza de que o Sol voltará a nascer, e que as flores arrancadas com o vento voltarão a brotar.

É um tanto quanto estranho traçar uma comparaçao entre um humano e uma paisagem vista do 15º andar. Mas é realmente incrivel a semelhança que eu encontrei entre nós duas.
As certezas são exatamente as mesmas. A solidão e o medo, também. O aspecto triste e descolorido sem o sol, é o mesmo que transparece o meu olhar quando eu estou longe dele.
O vazio das ruas sem os carros, é exatamente igual à minha sem aquela voz. E a cor do céu, reflete as cores indefinidas dos meus olhos, quando ele não está aqui!


Mas eu tenho sorte. Eu tenho muita sorte. Porque eu carrego dentro do meu coração o calor que o seu amor me traz. E eu sei que as minhas flores vão voltar a brotar. Eu sei.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Tanta gente.

E no meio de tanta gente eu encontrei você, sentadinho ali em um canto. Os olhos eram perdidos numa imensidão de pensamentos que transpareciam a sua fisionomia. E voz quase falhava quando tentava dizer alguma coisa para as outras pessoas existentes naquela sala. A primeira sala do corredor do primeiro andar. Cenário esse que foi feito de palco para toda a história que eu hei de contar nas linhas próximas.

Lembro-me como ontem. Eram 19 de fevereiro do ano de 2.008, e você entrou por aquela porta alta e larga, que me dava sensações estranhas e trouxe consigo um olhar misterioso. Chegou, cumprimentou os amigos que ja conhecia de outras datas e sentou. Sentou de uma maneira a se aconchegar naquela cadeira de estofamento azul, confortável até, e mergulhou na tal imensidão. Permaneceu assim por alguns minutos, e logo lançou o tal olhar à minha direção, como se me fitasse a alma. Olhou de uma maneira tão profunda e tão indiferente, que me causou intriga aos pensamentos. Logo me vi a pensar que não te agradou a maneira como te encarei dentro dos olhos, respondendo ao seu olhar. Nao manifestei reação alguma. Permaneci conversando com as meninas que conheci naquele mesmo momento, mas o pensamento nao saía da minha cabeça. A interrogação que os seus olhos traziam estampados em si, me deixava deslocada. Com a impressão de que me fitavam o tempo todo.

E assim continuaram os dias. E a cada dia, era uma descoberta que eu fazia sobre você. A sua voz, o jeito que andava. As questões polemicas que levantava durante as aulas, e a maneira como interpretava as coisas. O jeito metódico de sentar, e de arrumar suas coisas. A maneira como acendia o cigarro, e como abria as latinhas de refrigerante durante o intervalo. Todos os detalhes eram notados pelos meus olhos, e dentro de mim foram formando um quebra-cabeça. Cada atitude diferente, era uma pecinha nova. Cada contradiçao, era uma pecinha modificada. Não vou mentir, e falar que gostei de você logo de cara.

Com o passar dos dias, as suas gargalhadas começaram a me irritar, e a maneira como tentava ser feliz também. As suas brincadeiras estúpidas com os amigos, pra mim eram completamente banais. Mas isso também me deixou pensativa, afinal, eu não tinha motivos para me importar com as suas atitudes, muito menos com a sua estupidez. Isso me fez pensar mais em você que em dias anteriores. E eu pensava em tudo. Em cada detalhe, em cada pecinha que eu juntei todos aqueles dias e em todos os olhares vindos de voce, que começaram a existir. E sinceramente, sempre me vinha um sorriso perdido nos lábios, e um friozinho no peito que há tempos eu não sentia.

Confesso que nunca fui muito de me arrumar, passar maquiagem e coisas assim. Mas de repente tudo começou a mudar. O meu interesse pelo espelho mudou. E se tornou presente nos meus dias, principalmente antes de ir à escola. Começava a me arrumar uma hora antes do horário, para ter tempo de me certificar que estava tudo ok.

Os olhares aumentavam a cada dia. A intensidade deles também. A cada coisa diferente que eu fazia, era um olhar mais interessado. Cada corte de cabelo, um elogio reprimido. E tudo isso foi se tornando intenso a cada dia. Aos poucos eu fui perdendo a vergonha e comecei a retribuir aos seus gestos. As suas brincadeiras começavam a me agradar, e ao invez de te achar um estúpido, eu te achava a pessoa mais engraçada do mundo.

Os dias foram passando cada vez mais rápido. E no dia 12 de março, foi quando eu realmente percebi que nao eram coisas da minha cabeça todos aqueles olhares.
Eu estava chorando, era o meu primeiro aniversário sem a pessoa mais importante da minha vida. Me sentia sozinha, com um vazio enorme dentro do peito. Querendo fugir daquela aula chata de história. Quando eu senti uma mão debruçada sobre o meu ombro, me fazendo carinho e pedindo pra eu nao chorar. Eu levantei os olhos, enxuguei o rosto e dei de cara com o seu sorriso, me olhando. Preocupado com o meu choro, tentando de alguma forma ser útil diante daquela situaçao. Me perguntou o que eu tinha, e qual o motivo daquele choro tão sentido. Quando soube, ficou claro que não sabia o que dizer, afinal, nunca passara por aquilo. Mas confesso que fez a coisa que eu mais precisava, sem mesmo saber. Um abraço. Aaah, como aquele abraço me fez bem, e quanto os seus braços conversaram comigo e disseram exatamente o que eu precisava ouvir, mesmo em meio aquele silêncio que tomou conta. Naquele momento, foi como se todo aquele vazio que eu sentia acabasse de ir embora. Todo aquele medo que eu tinha, nao existisse mais. Eu sorri.

Muita coisa aconteceu depois desse abraço. E eu ja nao tinha como negar. Estava apaixonada. Muitos dias se passaram, muitos carinhos aconteceram e muitas noites eu vi amanhecer ouvindo a tua voz no telefone, até ficar rouquinho de sono e pedir pra ir dormir. Muitas vezes eu me segurei pra nao lhe roubar um beijo, e falar que te amava. Até que voce falou. E eu quase nao acreditei quando ouvi. Meus olhos se arregalaram, o coraçao acelerou e eu nao sabia o que responder. Não por ter dúvida do que eu sentia, mas porque me pegou tão de surpresa. O sorriso veio fácil no rosto, os olhos brilhavam como nunca antes. E foi aí que eu "assinei a sentença": Eu estava te amando.

As primeiras dificuldades apareceram. As primeiras brigas por ciume, e até mesmo noites chorando. Mas tudo isso valia a pena quando eu via aquele sorriso, e sentia aquele cheiro bem petinho de mim. E isso permanece assim até hoje. E já se passou 1 ano 4 meses.

Esse é só um pedacinho, da historia mais linda que eu vivi e vivo. Mesmo com todos os tropeços, e todos os dessabores. Você é capaz de me fazer feliz com as pequenas coisas, e do jeito mais simples que se pode faze-lo: Com aquele primeiro olhar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O porque criar um blog?

Na verdade não existem respostas para essa pergunta. Talvez o título seja bem sugestivo/explicativo.

Querer desabafar, contar às teclas de um computador coisas que só eu e o meu coração deveriam saber. Mas vamos concordar que já faz 18 anos que ele guarda coisas, e armazena informações dessa louca cabeça mandante do corpo onde ele vive.

Ha uns 2 anos atrás eu jamais teria coragem de montar um blog, ou ser "autora" de nenhum tipo de meio de comunicação onde eu teria de expor as coisas do meu cotidiano, os pensamentos loucos da minha mente e todas as confusões que o meu coração ja fez. Só que o tempo passou e as experiências foram se acumulando e se tornando pesadas demais para viver só comigo.

Não sei o porque desse texto explicativo, afinal, ninguém saberá da existência desse blog. Apenas um ou outro amigo que presenciam todas as turbulências dos meus dias.